sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

O útil mas perigoso celulóide

A descoberta do nitrato de celulose teve ainda uma outra aplicação importante. No final do século XIX (1863) a caça aos elefantes para lhes retirar os dentes tinha-se transformado num problema sério e havia o risco do desaparecimento dos elefantes. O marfim, um produto de luxo, usado para jóias, ornamentos, teclas de pianos, e vários outros objectos estava a tornar-se raro e caro. Uma empresa americana que fabricava bolas de bilhar de marfim ofereceu 10.000 dólares a quem descobrisse um substituto para o marfim. John Hyatt, um tipógrafo de Nova Iorque, aceitou o desafio e recebeu o prémio. Ao combinar cânfora com celulose levemente nitrada (muito menos do que o algodão pólvora) obteve um plástico tão  semelhante ao marfim que ficou conhecido por marfim artificial ou celulóide.
No entanto as bolas de bilhar demonstraram ser demasiado quebradiças para serem úteis, mas o plástico foi útil para fazer dentaduras, filmes fotográficos e de cinema, vidros para automóveis, revestimentos como verniz, cabos de escovas e facas, colarinhos, bolas de ping-pong, bonecas, estatuetas... e até cascas de tartaruga artificiais. 


O maior defeito deste material era a sua inflamabilidade. Por exemplo, os filmes muitas vezes inflamavam-se com o calor dos projectores provocando frequentemente incêndios em salas de cinema (como se pode ver no filem Cinema Paradiso de Giusepe Tornatore). 


Assim em arquivos e museus as películas de nitrato de celulose têm que ser armazenadas em atmosferas sem oxigénio e em contentores à  prova de fogo. 

3 comentários:

  1. obr ajudou na minha pesquisa! =)

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  2. Interessant'issimo. Mas sempre tive curiosidade de saber se a bakelite eh o mesmo material, e quando foi descoberta e para que foi usada?

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  3. Veja informação sobre a baquelite aqui:
    http://umaquimicairresistivel.blogspot.pt/2011/02/baquelite.html

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