terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Bolo Rei

Hoje é dia de Natal e a sugestão do Roteiro "Em Lisboa, à Descoberta da Ciência e da Tecnologia" do Pavilhão do Conhecimento - Ciência Viva, a última que lhe propomos, não podia deixar de ser o Bolo-Rei.
O bolo rei nasceu na Confeitaria Nacional, sendo a sua receita secreta seguida rigorosamente desde meados do séc. XIX. Foi inspirado no gâteau des rois, cuja receita, trazida de França pelo filho do fundador, foi modificada por vários mestres confeiteiros.
Sabia que em 1911, depois da proclamação da República, houve uma proposta em sessão parlamentar para alterar o seu nome para bolo república?
A massa do bolo rei é levedada por ação de um fermento que é um micróbio vivo - a levedura Saccharomyces cerevisae - identificada e estudada por Pasteur no séc. XIX. Num processo chamado fermentação, que ocorre na ausência de oxigénio, a levedura alimenta-se dos açúcares existentes na massa do bolo e produz o gás dióxido de carbono, responsável pela sua leve textura, etanol e muitas outras substâncias que conferem ao bolo um sabor e aroma de fazer crescer água na boca.

Tenham um Óptimo Natal


sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

A Química das Lentes de Contacto


O programa de hoje mostra a química escondida mesmo à frente dos nossos olhos… literalmente: a química das lentes de contacto!
As primeiras lentes de contacto eram umas desconfortáveis rodelas de vidro que cobriam grande parte do olho, podendo ser usadas apenas por algumas horas.
Aparecem depois as lentes de polímeros sintéticos – ou de plástico. Mais tarde, tornaram-se populares as lentes de poli-metilmetacrilato – que é como quem diz “acrílico”. Eram já mais pequenas, adaptadas apenas à córnea, mas eram muito rígidas, desconfortáveis e pouco estáveis. Era frequente ver os seus utilizadores de gatas a procurá-las pelo chão.
Este problema foi resolvido através de uma modificação química: o poli-metilmetacrilato foi substituído pelo poli-hidroxietilmetacrilato, um grande palavrão que significa um acrílico igualmente resistente e transparente, mas muito mais maleável.
Mas, não estava resolvido o que era então o principal problema das lentes de contacto: serem impermeáveis ao oxigénio.
A córnea não tem vasos sanguíneos, e portanto não é o sangue que fornece os nutrientes e o oxigénio às suas células. Os nutrientes são transportados pelo líquido lacrimal e pelo humor vítreo do interior do olho, enquanto o oxigénio chega às células da córnea diretamente através do contacto com o ar. Sendo totalmente impermeáveis ao oxigénio, as lentes de acrílico só podiam ser usadas por algumas horas.
Mais recentemente, os laboratórios químicos desenvolveram a solução para este problema: o hidrogel, um material gelatinoso formado por uma rede de polímeros insolúveis que contém grandes quantidades de água. Este material altamente hidratado é bastante confortável para os olhos e, sobretudo, é permeável ao oxigénio do ar. Deste modo, as lentes de contacto atuais já podem ser utilizadas por longos períodos.
Longos períodos com a química mesmo à frente dos olhos!

Episódio da série A Química das Coisas

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Bife à Marrare

A sugestão do Roteiro "Em Lisboa, à Descoberta da Ciência e da Tecnologia" do Pavilhão do Conhecimento - Ciência Viva é hoje um famoso bife.

O bife à Marrare é dos mais famosos de Lisboa: um bife do pojadouro frito em manteiga, com molho de natas e servido com batata frita. Foi o italiano António Marrare que em 1804 criou a receita no café “Marrare das Sete Portas”. Cozinhar um bom bife exige “mão de mestre”. Com a subida da temperatura, as proteínas das fibras musculares do bife alteram-se, ligam-se entre si e encolhem, expulsando os seus “sucos” - considerados por Brillat-Savarin como a “alma da carne”- ficando o bife rijo e seco. Por outro lado, a superfície do bife tem que atingir temperaturas elevadas para que aí ocorram as reações químicas de Maillard, responsáveis pela sua cor e sabor inconfundíveis. O segredo reside em levar a cabo as reações de Maillard e manter o interior suculento. No Café de S. Bento pode encontrar o famoso bife confecionado segundo a receita original.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

A Química e as Decorações de Natal

As decorações de Natal também podem servir para aprender química, já que esta pode ajudar a fazer originais decorações de Natal.

Uma solução de reagente de Tollens, uma solução de um açúcar redutor, por exemplo glucose, um balão e num intante obtemos uma bola de Natal prateada e gigante.

 
 Imagem DAQUI

Veja aqui como fazer:


terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Quem quer fava-rica?

O tempo está frio, sendo bem apropriada, e pouco comum, a sugestão do Roteiro "Em Lisboa, à Descoberta da Ciência e da Tecnologia" do Pavilhão do Conhecimento - Ciência Viva.


Vendida nas ruas da Lisboa antiga por mulheres que, de panela à cabeça, a anunciavam gritando um dos últimos pregões lisboetas, a fava-rica era uma sopa de fava seca muito nutritiva e apreciada. As leguminosas, de que a fava é um exemplo, têm um alto teor de proteínas devido à simbiose com as bactérias Rhizobium do solo. Estas bactérias, alojadas nas raízes das plantas, convertem o azoto do ar em compostos que as leguminosas usam para produzir proteínas. Em vários locais do mundo, as leguminosas têm sido uma importante alternativa a fontes de proteína animal. A prová-lo está o facto de muitas proeminentes famílias romanas da antiguidade terem tido o nome das leguminosas mais comuns: Fabius (fabae - fava), Lentulus (lenticula - lentilhas), Piso (pisae - ervilha) e Cicero (cicer - grão de bico). Apesar da fava-rica ter desaparecido das ruas de Lisboa, ainda há recantos onde pode provar a receita original, como é o caso do restaurante Forno do Alfarrabista na Mouraria.