A alizarina é um corante vermelho que durante milhares de anos foi extraído das raízes de uma planta (granza dos tintureiros).
A alizarina tem a particularidade de só se ligar aos tecidos de forma estável se estes forem impregnados com um composto metálico como por exemplo o sulfato de alumínio. Estes funciona como "ponte" entre as moléculas do tecido e as do corante. Não se podendo ligar directamente ao tecido, o corante liga-se ao mordente que está por sua vez ligado às fibras do tecido tingindo-o.
Corantes com estas características chamam-se corantes de mordente.
O que é ainda mais interessante é que a cor da alizarina depende do metal escolhido. Se o metal for alumínio os tecidos ficam vermelhos. Quando se usa estanho (II) ficam rosa e com ferro (II) ficam castanhos.
A alizarina foi usada como corante durante milhares de anos mas ninguém sabia a sua estrutura química até que dois jovens alemães Carl Graebe e Carl Liebermann decidiram estudá-la e em 1868 patentearam um método de produzir alizarina sintética. Mas os rendimentos eram baixos e o processo caro.
Outros químicos, entre eles Perkin (que já referimos), começaram a investigar outras vias sintéticas e em Maio de 1869 ambos os grupos chegaram à mesma via sintética. Perkin registou a sua patente a 26 de Junho de 1869 em Londres, e uma patente quase idêntica tinha sido registada na véspera por Caro, Graebe e Liebermann que trabalhavam para a BASF. O processo foi resolvido amigavelmente pois Perkin e a BASF decidiram partilhar o mercado da alizarina. Perkin ficava com o mercado inglês e a BASF com os mercados da Europa e USA.
Esta descoberta teve consequências devastadoras nos países da Europa do Sul e Ásia produtores da granza. Pode ter uma idéia se tiver em conta que em 1868 foram processadas 70000 toneladas de raízes de granza para produzir 750 toneladas de alizarina. Em 18973, 5 anos depois, os campos de granza tinham desaparecido e só a empresa de Perkin produzia 430 toneladas de alizarina.
Sem comentários:
Enviar um comentário