

Outro exemplo: o que se passou com um pedaço de carne que pusemos a assar, que era tão grande e ficou tão pequeno e encolhido? Resposta: o mesmo – transformou-se. Com o calor houve alteração das suas moléculas, elas começaram a ligar-se entre si e, se exagerarmos no calor e no tempo de assadura, essas ligações acabam por ser tão fores, que a água que existia na carne é expulsa e ela fica um pouco seca. Mas terá um bom molho, no mínimo e um bom cheirinho! Este também é devido a uma transformação: é que há várias moléculas que, à superfície da carne e com o calor forte, se transformam noutras, que lhe dão o forte sabor e aroma. Já se cozinharmos a carne em água, por exemplo, como a temperatura é mais baixa (inferior a 100ºC), nunca iremos obter aquela camada escurinha, estaladiça e muito saborosa. Também neste caso, nada se perdeu, nem nada se criou, mas houve várias transformações.
E falemos dumas alfaces que comprámos só há dois dias e que já estão com um ar velhinho e todas mirradinhas. Também elas se transformaram. Isto porque as alfaces, mesmo fora da terra, esteve a respirar: a consumir oxigénio. Tal como nós! E foi libertando dióxido de carbono e água. Por isso foi perdendo vários átomos e, como resultado, perdendo alguma da sua massa. É por isso que as guardamos sempre em sacos fechados; para não estarem em contacto com o oxigénio.
Voltando ao: Lavoisier: ele tinha mesmo toda a razão quando disse que “nada se perde, nada se cria; tudo se transforma”. Talvez seja por isso que se considera que é ele o Pai da Química.
[1] foi morto numa guilhotina em 5 de Maio de 1794, na sequência de conflitos decorrentes da Revolução Francesa. Um matemático ilustre desse tempo, Lagrange, lastimou assim sua morte: “Bastou um instante para cortar a sua cabeça, mas cem anos não vão chegar para que surja uma outra semelhante”
[2] estudou a quantidade de carne que deveria ser adicionada às sopas, de modo a que fossem suficientemente nutritivos para os doentes de um hospital de Paris
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