Como referimos nos posts anteriores, para a acção de limpeza de sabões e detergentes é essencial que as moléculas tenham uma zona polar e uma zona apolar. Quando se começaram a fabricar detergentes sintéticos as moléculas tinham estas características, mas as zonas polares eram diferentes das dos sabões (como referimos ontem) e na altura as zonas apolares também, as cadeias de carbono e hidrogénio, em vez de serem lineares, eram ramificadas. Os detergentes desempenhavam na perfeição o seu papel, mas causaram problemas inexperados.
No começo da década de 60 quantidades enormes de detergentes que continham cadeias ramificadas eram usadas nos Estados Unidos. Estes detergentes não eram degradados pelas bactérias e apareciam na descarga dos esgotos nos rios, fazendo com que mesmo os grandes rios como o Mississipi se tornassem imensas bacias de espumas.
Depois de se determinar a razão - as bactérias das estações de tratamento de esgotos não conseguiam degradar as cadeias ramificadas, e portanto os detergentes não eram biodegradáveis - passaram a fabricar-se detergentes apenas com cadeias lineares e o problema foi ultrapassado.
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