Tendo em conta o que dissemos ontem sobre as características estruturais das moléculas de sabão é possível explicar como é que os sabões limpam:
1 – Baixando a tensão superficial da água permitem que esta “molhe melhor” ou seja que penetre melhor e mais profundamente nas substâncias a limpar.
2 – Transformando a sujidade não solúvel em água (gordurosa, por exemplo) em micelas fazem com que ela fique dispersa na água com sabão;
3 – Mantendo as micelas em suspensão, impedem que a gordura volte a formar uma camada.
Quando a água com sabão chega ao pé de sujidade gordurosa, as moléculas de sabão que formam as micelas posicionam-se de forma a que a parte polar fique virada para a água e a parte apolar “mergulhada” na gordura.
Se nesta fase se agitar bem, a gordura passa a ficar em gotículas formando-se micelas contendo a gordura no interior rodeada de moléculas de sabão.
Como os grupos carboxilato que cobrem a superfície das micelas têm carga negativa estas micelas repelem-se, não podendo coalescer e assim mantêm-se em suspensão na água e a sujidade não solúvel é também arrastada pela água com sabão. Ou seja o sabão permite emulsionar na água a sujidade não solúvel.
Note-se que este é o mecanismo de formação de emulsões que ocorre em todas as situações e que a generalidade dos emulsionantes tem características estruturais idênticas às dos sabões, nomeadamente uma porção polar e outra não polar. Já aqui falámos de emulsões.
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