As bonecas antigas constituem um registo da moda, história e materiais disponíveis na época do seu fabrico. Museus em todos os países do mundo têm nas suas colecções estes objectos e querem preservá-los para que as futuras gerações possam usufruir deles e estudá-los.
Algumas das bonecas de plástico, como é o caso das Barbies, fabricadas nas décadas de 50 e 60 do século XX, sofrem contudo um processo de degradação importante com que é necessário lidar .A sua pele apresenta manchas verdes e “lacrimeja”. É impossível evitar este processo, mas há meios tecnológicos para o retardar e prolongar a vida da Barbie por mais alguns anos - por exemplo conservá-las a baixas temperaturas e na ausência de luz.
As bonecas Barbie referidas são fabricadas em policloreto de vinilo (PVC) que é um material barato, disponível comercialmente desde 1942. O PVC é um plástico muito quebradiço e é importante adicionar-lhe um agente plasticizante, em geral dibutil-ftalato, para o tornar mais flexível. O mecanismo de actuação dos agentes plastificantes envolve a separação das cadeias de polímero de forma a que se liguem menos fortemente entre si e deslizem umas sobre as outras.
O dibutil-ftalato com o tempo migra para a superfície causando o efeito “lacrimejante” e tornando o plástico pegajoso. Isto é um problema visto que o dibutil-ftalato é tóxico seja por ingestão ou através do contacto com a pele.
Mas este processo tem ainda consequências mais graves, o PVC fica altamente vulnerável à deterioração. Quando esta ocorre, forma-se ácido clorídrico, corrosivo, que se não fôr removido acelera muito o processo de degradação do PVC (cataliza-o). A deterioração do PVC reflecte-se numa mudança da sua cor do branco ao amarelo, ao rosa, ao castanho e, eventualmente, preto.
O ácido corrói ainda quaisquer metais com que contacte, as bonecas muitas vezes têm brincos, e o metal destes reage com o ácido clorídrico e forma-se cloreto de cobre, verde, que mancha sua pele.
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